sábado, 14 de agosto de 2010

A máquina é dele


Trechos de três artigos do Estadão - o último é leitura obrigatória.
Máquina de ministérios é usada para rebater críticas de Serra (13 de agosto):
O governo usou a máquina dos Ministérios da Saúde e dos Transportes para reagir às declarações do candidato tucano à Presidência, José Serra, ao Jornal Nacional da TV Globo, na quarta-feira. A mobilização para contestar dados citados pelo tucano pôs órgãos públicos na campanha, numa operação para ajudar a candidata governista, Dilma Rousseff (PT). (...)

O ministério [da Saúde] afirmou que a resposta rápida às críticas do tucano é reflexo da responsabilidade de zelar pela correta informação. Por meio da assessoria, informou ser seu dever corrigir informações erradas, algo que, de acordo com ministério, é feito de forma rotineira.
Ministérios relutam em ''corrigir'' Dilma (14 de agosto):
Passados oito dias do debate promovido pela TV Bandeirantes entre os presidenciáveis e quatro dias depois da entrevista concedida pela petista ao Jornal Nacional, da TV Globo, os Ministérios do Trabalho, das Cidades e da Educação não haviam divulgado até ontem nenhuma correção a informações erradas dadas pela candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tratamento bem diferente foi dispensado na quinta-feira pelo governo federal a Serra. Mal terminou o Jornal Nacional, os Ministérios da Saúde e dos Transportes vieram a público contestar dados por ele apresentados. O argumento da Saúde foi que era "dever corrigir informações erradas" e o ministério "tem a responsabilidade de zelar pela correta informação à população". (...)

Em Salvador, o tucano José Serra disse ontem que ministérios não deveriam engajar-se em campanhas - mas evitou entrar em polêmicas sobre a força-tarefa dos ministérios em defesa de Dilma Rousseff. "Não vou debater com o ministério do (presidente) Lula", afirmou. "Minha disputa eleitoral não é com o ministério do Lula, eu debato com os candidatos. Mesmo que eles estejam engajados na campanha - e não deveria ser assim - meu foco são os candidatos."
Mobilização geral por Dilma (13 de agosto):
O País seria outro em muitos aspectos se o presidente Lula tivesse convocado a administração federal a fazer o que dela a sociedade cobra com a mesma determinação empregada para fazê-la trabalhar cada vez mais pela candidatura Dilma Rousseff. E a máquina pública faria jus aos volumosos impostos recolhidos da população se os devolvesse sob a forma de serviços de boa qualidade no ritmo requerido, com o mesmo empenho e assiduidade com que se engajou na campanha sucessória, a fim de suprir as notórias deficiências da ex-ministra no embate eleitoral.

Fiel à sua proclamada prioridade "como presidente" este ano, não bastou a Lula carregar a sua afilhada pelo Brasil afora em eventos ditos administrativos, pelo que já recebeu uma penca de multas aplicadas pela Justiça Eleitoral. Tampouco deve ter considerado suficiente sincronizar o anúncio de medidas na área de políticas públicas com as promessas da candidata na montagem de uma assim chamada "agenda positiva". Foi só ela defender a intensificação do combate ao crack, por exemplo, e eis que, num primário jogo de cartas marcadas, o Planalto apresentou o que seria um programa nacional nesse sentido.


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