quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Manchete alternativa: impostos sobre produtos importados prejudicam consumidor

Canetas brasileiras são melhores e mais baratas que as importadas, diz Inmetro (Folha, 18/08/2010) [destaques meus em negrito]:
Foram analisadas amostras de 20 marcas de canetas esferográficas disponíveis no mercado, sendo cinco brasileiras, 13 chinesas, uma japonesa e uma malaia.

A metodologia inédita, já que não existe uma norma técnica específica para esse tipo de análise, mensurou a quantidade de escrita do produto em metros comparada ao preço cobrado pela caneta. (...)

Segundo o diretor de Qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, ficou constatada também a superioridade nacional na relação custo versus benefício. "A caneta brasileira tem mais carga e é mais barata. Para escrever 10 mil metros, por exemplo, o consumidor paga, em média, seis vezes mais pela caneta importada".

Lobo explicou que as canetas esferográficas fazem parte de uma lista de itens priorizados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão num Termo de Cooperação com o Inmetro para melhorar a qualidade das compras públicas.
Ou seja, o inmetro inventa uma medida em que as canetas brasileiras levam a melhor, e que coincidentemente será usada para avaliar as compras públicas. A medida não leva em conta qualidade, segurança, conforto, etc. e não passaria em uma revisão por pares (média entre as marcas?). Aliás, como foram selecionadas as concorrentes? Por que só esferográfica? Depois da ABL se metendo com a nossa língua, já havia me acostumado a desprezar esses auto-proclamados sabichões. Que fiquem com seus brinquedos. Mas o mimo mesmo vem ao final da reportagem:
O Inmetro vai estudar a possibilidade de adoção de um programa de certificação para definir padrões para as canetas vendidas no país. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) será chamada para definir as normas e requisitos que uma caneta esferográfica deve seguir.
Ou seja, não contentes em criar os dados que se ajustem à conclusão, querem restringir as possibilidades até de canetas. Em tempo, eu adorava minhas BICs, mas há muito que não uso esferográfica - ainda uso as de gel que comprei no Japão há dois anos, por um dólar cada.

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