domingo, 27 de setembro de 2009

Franklin, indo além de suas sandálias

Trechos de artigo do Estadão do dia 27 de Setembro, sobre o Ministro das Comunicações Franklin Martins:
Franklin fez o papel que caberia a Dilma, defendendo a ideia de que os royalties do petróleo do pré-sal, fosse qual fosse o modelo a definir pelo Congresso, deveriam ter uma distribuição mais igualitária entre todos os Estados e municípios. Ele esteve à frente da negociação e chegou a ter uma discussão ríspida com Cabral. Integrantes da equipe do governador fluminense saíram surpresos com a atuação de Franklin.
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A atuação de Franklin no jantar do pré-sal refletiu não apenas a decisão do presidente de confiar ao ministro uma tarefa que foi além da comunicação, mas também a proximidade cada vez maior do ministro com Dilma. Entre parlamentares e assessores do Planalto, não há dúvida de que ele terá papel relevante na campanha, mesmo sem se afastar do governo.
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A independência partidária permitiu que o ministro atuasse em um momento constrangedor para o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), que chegou a anunciar a renúncia do cargo em caráter "irrevogável", no auge da crise que envolveu o senador José Sarney (PMDB-AP). Franklin participou da elaboração da carta do presidente pedindo a permanência de Mercadante, lida no plenário.

Outro episódio em que o ministro esteve presente foi a reação de Dilma diante das afirmações da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira de que a ministra pediu agilidade nas investigações referentes ao empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. Franklin contrariou a prática de dar apenas informações de bastidores (em off, no jargão jornalístico) e concedeu entrevista dizendo que Lina estava "mentindo".
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Criada em outubro de 2007, por medida provisória, a EBC é uma instituição anêmica (duas TVs e nove rádios), sob total controle da Secretaria de Comunicação. O Conselho Curador é decorativo e marcado por um rodízio que em menos de dois anos trocou 6 dos seus 15 conselheiros.
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Embora dialogue com muitos parlamentares, Franklin não tem atuação na tramitação de projetos. Sua equipe, no entanto, acompanha os embates com a oposição na Câmara e no Senado. Algumas vezes, Gilberto Carvalho é acionado para entrar em ação e recomendar aos governistas uma atitude mais ofensiva.
Ou seja, a máquina estatal a serviço do Partido do País. Enquanto isso o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também tem seu dia de Gramsci:
Na quinta-feira, [o ministro Amorim] fez os jornalistas do Estadão, da Folha, do O Globo, da TV Globo e da BBC Brasil o esperarem por horas em um hotel para uma entrevista coletiva. Mas o ministro não teve tempo, segundo disseram. O problema é que o chanceler brasileiro encontrou uma hora para ir até o estúdio da rede Record, passar maquiagem, e entrar ao vivo no jornal da emissora. Nada contra dar uma exclusiva e mérito da Record. Mas o chanceler deveria ter conversado com os outros jornalistas para responder importantes questões, em um momento que a embaixada do Brasil dá abrigo a um presidente deposto em um país em que Lula não reconhece o governo de fato.




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