quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O segredo da vida, segundo a idiotia populista

Trecho de comentário de Reinaldo Azevedo sobre o descalabro do "kit para educação sexual", onde crianças (de 11 a 14 anos) aprendem a usar a pílula do dia seguinte e são obrigadas a vestir camisinha em um pinto de borracha:
O Brasil tem uma das piores escolas do mundo. O resultado do Enem, divulgado há alguns dias, não deixa dúvida: o desempenho médio dos alunos não alcançou 43%. Em exames internacionais, amargamos os últimos lugares. A maioria dos nossos estudantes têm um domínio pífio da própria língua e um desempenho melancólico nas chamadas “disciplinas exatas”. A escola falha de modo miserável, escandaloso, no ensino das disciplinas que constituem a sua razão primeira de ser. Não obstante, tornaram-se verdadeiros centros de doutrinação da sexualidade.

Será mesmo necessário convidar alunos e alunas a manipular em sala um pênis de borracha, vestindo-o com uma camisinha, sob o pretexto de instruí-los sobre a maneira correta de usar um e outro? Nessa idade? 12 anos? 13 anos? É uma vergonha pedagógica, intelectual e moral. Será que não há uma maneira didática de tratar do assunto, usando — vejam como sou exótico — a velha e boa conceituação? O professor de biologia agora tem de mostrar a meiose acontecendo? O professor de matemática tem de materializar o pi, o número transcendente? Será preciso pegar na mão a mitocôndria para acreditar que ela existe? Teremos de fazer Júlio César reencarnar em alguma sessão espírita?

(...)

As nossas escolas querem ensinar moral sexual — além, claro, das aulas de "cidadania"... Há, nisso tudo, um gigantesco preconceito, porque tais programas são especialmente pensados para os chamados adolescentes de baixa renda. As políticas públicas encaram essas pessoas como coelhos e cães na fase do cio das fêmeas. Sei que é uma surpresa para muita gente, mas o povão também tem valores — eu diria até que, em questões morais, eles podem ser mais rígidos (não quer dizer necessariamente melhores) do que os dos mais abastados.

A abordagem politicamente correta dessa questão, por incrível que pareça, apenas veste uma roupagem social, humanista e progressista num velho preconceito de classe: “O povo só pensa em fornicar. Precisamos dar um jeito de impedir que se reproduza”.

Há um outro detalhe que o Reinaldo menospreza, mas fundamental: pílulas anti-concepcionais e "abortivas", além de apresentarem mais efeitos colaterais e piores do que os potenciais benefícios, são soluções antagônicas e prejudiciais ao uso da camisinha. Ou seja, quem usa pílulas não usa camisinha.

Essa o Monty Python já havia previsto (com a diferença que à época se podia rir):



Aula de Educação Sexual (cena do filme "O Segredo da Vida" do Monty Python)



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