quinta-feira, 10 de março de 2011

Artigos da semana sobre educação

Para 51% da população, educação no Brasil não melhorou (como se o sistema educacional se medisse com pesquisa de opinião - o texto mostra vários casos onde o IPEA de fato confunde os dois):
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que para quase metade (48,7%) dos brasileiros a educação no país melhorou. Entretanto, dos 2.773 entrevistados, 27,3% avaliam que não houve mudanças na qualidade do ensino e quase um quarto (24,2%) acredita que o sistema piorou.
Sudeste é mais pessimista com o ensino público:
Entre os moradores da região mais rica do País, 36% dizem que a educação pública piorou, aponta pesquisa do Ipea.
MEC propõe alterações para tornar a escola mais atraente (com alunos deixando o segundo grau analfabetos e sem saber fazer contas, o iluminado quer nos dizer qual caminho dará significado às nossas vidas - ele parece saber que não passa pelo ensino superior...):
Os dados chocam: metade dos jovens de 15 a 17 anos estão fora do ensino médio, informa reportagem de Fabiana Rewald, publicada na Folha desta segunda-feira (...). Parte desse contingente estuda, com atraso, no ensino fundamental. Mas outra parte, a face mais preocupante dessa estatística, deixou os bancos escolares para trás.

"[Os alunos] encontram um ensino [médio] organizado em torno de um número muito grande de disciplinas, sobrecarregadas de conteúdos mais voltados para vestibulares, muitos deles sem significado para suas vidas", diz Francisco Aparecido Cordão, presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.
Prometem cidadãos, entregam maus alunos (Artigo de Carlos Alberto Sardenberg, respondendo na mosca ao "educador" acima):
Quantos jovens estudam inglês a sério no Brasil? E quantos nas escolas públicas? Em compensação, nos últimos três anos, conforme leis aprovadas no Congresso, os alunos do ensino básico brasileiro passaram a ter aulas de filosofia, sociologia, artes, música, cultura afro-brasileira e indígena, direitos das crianças, adolescentes e idosos, educação para o trânsito e meio ambiente. Como não aumentaram o número de horas/aula nem o número de dias letivos, é óbvio que o novo currículo reduz as horas dedicadas a essas coisas banais como português, matemática e ciências. (...)

Em vez disso, determina-se a inclusão de algumas aulas no currículo e está completa a enganação: ninguém vai aprender a sério nenhuma dessas "disciplinas do cidadão", assim como a maioria não aprende a contento português, matemática e ciências.
Um em cada cinco professores está na faculdade, diz MEC (este também ajuda a responder):
Mais da metade deles faz pedagogia, área que costuma destinar profissionais para creche, pré-escola e primeiros anos do fundamental.(...)

Na creche, 13% dos professores não têm a formação exigida. O mesmo acontece com cerca de 17% dos professores do 5º ano ao ensino médio, percentual que tem se mantido estável nos últimos anos. A situação é pior em matemática e nas ciências naturais, principalmente física e química. As duas disciplinas têm cerca de dois terços dos professores formados em outras áreas, segundo estudo do Inep divulgado em 2008.
Professor público pode fazer curso superior e pagar com aulas:
Desde o ano passado, o programa permite a estudantes de cursos de licenciatura pagar o financiamento atuando em escolas da rede pública após a formatura. Cada mês trabalhado em regime de 20 horas semanais abate 1% da dívida o que permite quitar o valor em oito anos e quatro meses sem custo financeiro.
Com obras na estante, nota aumenta em até 17%:
Estudo do Todos Pela Educação mostra que a quantidade de livros em casa acompanha uma melhora no desempenho no Pisa
Estudantes brasileiros são os que têm menos livros em casa, aponta pesquisa:
Levantamento baseado nos dados do Pisa mostra que 39% dos estudantes do País possuem no máximo dez obras literárias e apenas 1,9% é dono de mais de 200 volumes; baixa escolaridade dos pais e situação socioeconômica ruim são motivos
MEC tem corte orçamentário de R$ 3 bi, o terceiro maior do governo - vida - Estadao.com.br:
Os cortes será feito em despesas discricionárias, aquelas em que o governo tem poder de deliberação sobre sua execução, de acordo com as prioridades, podendo ser objeto de contingenciamento. Por exemplo: gastos com diárias, passagens, compra de material e contratação de serviços.
Casal de ateus faz acordo e escola libera filhos de aula (cabe lembrar que a doutrinação, advinda da ignorância, não é exclusividade dos professores de religião...):
A mãe dos garotos afirma que, se as aulas tivessem outro tipo de abordagem, como a história das religiões, não se oporia ao aprendizado. 'A história das religiões é importante para contar o processo de formação do homem. Jamais vou privar meus filhos do conhecimento, mas não é o que acontecia na escola', afirma.
Metade das escolas do país tem ensino religioso:
"O que são as histórias da Bíblia? Fábulas, contos de fadas?", pergunta a professora do 3º ano do ensino fundamental. "Não", respondem os alunos. "São reais!"
Religião na escola [Hélio Schwartsman]:
Se as historietas bíblicas são reais, como quer a professora, então nós temos vários problemas. Procedamos por ramos do saber, a começar da física. De acordo, com Josué 10:12, Deus parou o Sol para que os israelitas pudessem massacrar os amorreus. Mesmo que eu não duvidasse da onipotência do Senhor, pelo que sabemos hoje de mecânica, nada na Terra sobreviveria a uma súbita interrupção de seu movimento de rotação.
Brasil fica no 88º lugar em ranking de educação da Unesco:
O Brasil manteve a mesma posição do ano passado e ficou no 88º lugar de 127 no ranking de educação feito pela Unesco, o braço da ONU para a cultura e educação. Com isso, o país fica entre os de nível "médio" de desenvolvimento na área, atrás de Argentina, Chile e até mesmo Equador e Bolívia.
Brasil é o único entre os emergentes sem universidades 'top':
É o que mostra o novo ranking divulgado nesta quinta-feira pela THE (Times Higher Education), principal referência no campo das avaliações de universidades no mundo, que é baseada em Londres.
Novos caminhos para a educação básica no Brasil:
Em relação à leitura e a ciências ocupamos a 53ª posição, em um total de 65 países avaliados. Em matemática, ocupamos a 57ª posição. (...) Todas as vezes que resultados como os indicados acima são publicados percebe-se uma certa indignação por parte da população. Afinal, o país vem investindo recursos crescentes em educação.
¿Cómo evaluar a los profesores universitarios? – El nuevo Estatuto del Personal Docente e Investigador
Ya nos explicó Jesús en su fascinante entrada sobre el artículo de Hayek seleccionado como uno de los mejores en la historia de la American Economic Review que el problema fundamental de la planificación central es uno de información. Cuando ésta es difusa y no está toda disponible en el centro, sus problemas se hacen insalvables. Y, por tanto, el intento de dar incentivos a los profesores de universidad para sus actividades variadas mediante una norma que las regule en mucho detalle, está abocada al fracaso.
Picaretagem Acadêmica:
As formas de picaretagens acadêmicas são diversas. As formas de se lidar com estas situações também variam de lugar para lugar e de acordo com os interesses ou princípios morais. Vejam os três casos abaixo. (...)
Crescem os investimentos nas universidades corporativas:
O objetivo é capacitar e reter profissionais de todos os níveis para dar suporte aos ambiciosos planos de negócios que essas empresas estão desenvolvendo no Brasil. Dispostas a aproveitarem o momento propício para expandir e fortalecer seus negócios e, ao mesmo tempo, preocupadas com a falta de mão de obra qualificada no mercado de trabalho, grandes companhias vão aumentar em cerca de 20% seus investimentos nas chamadas universidades corporativas este ano.
E para não perder o hábito...

 TCU vê ‘fraude’ em contrato da TV Brasil: R$ 6,2 mi:
Auditoria do TCU apontou irregularidades em contrato firmado pela TV Brasil e a empresa Tecnet. Coisa de R$ 6,2 milhões. (...) Contratada para cuidar dos arquivos digitais da TV Brasil, a empresa emprega Cláudio Martins, filho do ex-ministro Franklin Martins (Comunicação Social).


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