Maus modos, velhas práticas (Estadão, 26/11/2010):
O que há de novo nas recentes ameaças do governo argentino de criar barreiras à entrada de produtos brasileiros são os maus modos com que elas foram transmitidas pelo secretário de Comércio Interior do governo Kirchner, Guillermo Moreno, ao embaixador do Brasil em Buenos Aires, Ênio Cordeiro.Dilma mantém Marco Aurélio Garcia e reedita política com América do Sul (Estadão, 26/11/2010):
Utilizando um tom agressivo, como informou o jornal Valor, e ignorando o fato de que "um embaixador, por definição, é representante de algo que excede sua pessoa" e de que, no caso de Cordeiro, "por trás dele há um país quatro vezes maior e mais poderoso do que a Argentina, que dificilmente deixará que o episódio se dilua sem nenhum custo", como registrou o jornal Clarín, de Buenos Aires, Moreno se excedeu nas grosserias. Isso transformou o assunto num incidente diplomático, que certamente exigirá a interferência do presidente Lula, que ainda se avistará duas vezes com a presidente argentina Cristina Kirchner.
A presidente eleita Dilma Rousseff decidiu manter o assessor especial internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, no mesmo cargo que ocupa hoje.Lula critica EUA em cúpula sul-americana (Estadão, 26/11/2010):
A manutenção da Garcia na cozinha do Planalto é um forte sinal da continuidade de política de boa vizinhança do Brasil com os países vizinhos, como a Venezuela, que rendeu muitas críticas à política externa do presidente Lula. A própria Dilma, embora não tenha explicitado como pretende conduzir a política externa brasileira, já manifestou apoio ao Mercosul e foi celebrada pelo venezuelano Hugo Chávez.
Com duras críticas aos Estados Unidos e aos governantes da região nos anos 80 e 90, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou nesta sexta-feira, 26, o seu "testamento" para a União das Nações Sul-americanas (Unasul), bloco criado por sua iniciativa. (...)Ou seja, mais que educação ou saúde, orgulho e nacionalismo.
"Queria dizer para vocês uma coisa: briguem, divirjam, discutam. Se não der para tomar decisão em uma reunião, não tem problema, tomem na outra", recomendou. "O que é importante é que não se pode abrir mão, em momento algum, de construir uma América do Sul forte, sem analfabetos, sem desnutrição, com avanço científico e tecnológico. Mas, sobretudo, uma América do Sul onde cada cidadão sul-americano tenha orgulho de ser do jeito que nós somos."
ResponderExcluirDilma: política externa do Brasil ou do PT?
(Marcos Guterman):
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ficará no cargo no futuro governo de Dilma Rousseff. Isso significa que será mantido um dos símbolos da “militância internacionalista do PT”, conforme as palavras de Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais petista. Podemos esperar, portanto, que a política externa brasileira seguirá sendo ditada em larga medida por interesses partidários e ideológicos, sobretudo em sua militância antiamericana.