quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Diploma não permite carteiraço

Excerto do livro "A Coisa Mais Preciosa que Temos", de Carlos Fiolhais:
Há, porém, vários inimigos da ciência. Eles encontram-se, por exemplo, nos prosélitos das pseudociências e das paraciências. Mas encontram-se também entre aqueles, alguns deles aparentemente cultos, que não vêem diferença entre a astrologia e a astronomia. E noutros, habilitados com cursos superiores, que ministram alquimias pedagógicas. Entre as dificuldades à ciência aberta deve referir-se uma em particular que diz respeito aos próprios cientistas. A nossa comunidade científica, que é relativamente pequena e recente, conserva ainda algumas idiosincracias, provenientes do tempo em que a ciência escasseava e alguns cientistas eram mandarins. A ideia de uma ciência aberta é ainda estranha a alguns deles.

Então não há cientistas que julgam que a excelência da sua ciência é directamente proporcional ao défice de comunicação? Pois bem: Se não forem capazes de atraírem jovens é bem feito que fiquem sem continuadores. E, se não forem capazes de transmitir aos cidadãos, de uma maneira simples e clara, para que querem o dinheiro dos impostos que estes pagam, é bem merecido que fiquem sem financiamento. Os cidadãos são inteligentes, entendem o que lhes dizem (quando lhes dizem alguma coisa de forma clara), e não gostam de passar cheques em branco.


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