sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Foro de São Paulo e as FARC

PT e Farc, uma antiga relação ideológica que encontrou abrigo no governo brasileiro « João Bosco:
É a identificação ideológica do PT com as Farc em sua origem que leva o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, a classificá-la de “movimento insurgente”, quando ela já é considerada um movimento terrorista pela Colômbia, Estados Unidos e União Européia. (...)

As Farc integraram até 2002 uma entidade política, o Foro de São Paulo, criada, em 1990, por Lula e Fidel Castro – e inicialmente presidida pelo brasileiro. Depois de 2002, ano do seqüestro da então senadora e candidata à presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt, desvincularam-se do Foro, mas continuaram a frequentá-lo informalmente. O objetivo declarado do Foro é debater estratégias para tornar o continente sul-americano socialista, o que é perfeitamente legal.

Essa estratégia, uma vez Lula no poder, está em curso através de uma política externa claramente hostil aos Estados Unidos e ostensivamente tolerante com regimes ditatoriais, como os de Cuba e Venezuela. O alinhamento da Colômbia aos EUA para combate ao tráfico, é fator de tensão com governos vizinhos como os de Chávez e Rafael Correa, do Equador. Não por acaso, o foco maior das tensões é a ação das Farc. (...)

O governo Lula diz jamais ter tido qualquer tipo de contato com as Farc, mas recusa-se a classificá-las como terroristas. Consideram-nas um grupo insurgente. Nada mais.

No entanto, há quatro anos, a pedido da ministra Dilma Rousseff, foi requisitada para cargo de confiança na Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca, com ônus para a Casa Civil, a professora Angela Maria Slongo, funcionária do Estado do Paraná. Vem a ser esposa de Olivério Medina, que na ocasião estava preso no Brasil, acusado pelo governo da Colômbia de ser um dos dirigentes das Farc.

Hoje, solto, Medina goza do status de refugiado político, não obstante pedido de extradição do governo colombiano, que mantém tratado nesse sentido com o governo brasileiro.

Quando do resgate de Ingrid Betancourt, o PT emitiu nota saudando sua libertação, mas, em vez de pedir a punição dos sequestradores, pleiteou, como desdobramento, uma “negociação que permita a inserção dos guerrilheiros e de seus simpatizantes na vida pública”. Ou seja, em vez da aplicação da lei, o governo colombiano deveria “negociar” a anistia e a inserção dos criminosos no ambiente político. (...)

No Brasil, são notórias as ligações das Farc com organizações criminosas (Comando Vermelho, PCC), às quais treinam e vendem armas e drogas. Um de seus interlocutores era Fernandinho Beira-Mar, que está preso.

Nada disso, porém, constrangeu a presença de gente das Farc no Foro de São Paulo. O desligamento formal não impediu que representantes daquela milícia se fizessem presentes. Na última reunião do Foro, no Uruguai, havia um representante seu.


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