sábado, 13 de março de 2010

A semana do presidente

Lula culpa antecessores por criminalidade juvenil:
Depois de comparar presos políticos a "bandidos", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (12) à noite em Londrina que os seus antecessores são os responsáveis pelo alto índice de jovens envolvidos com o crime no País. (...) Acompanhado da ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, o presidente voltou a criticar a imprensa. "Temos uma cultura um pouco complicada. Alguns setores da imprensa costumam publicar desgraça o dia inteiro. E o mais triste é que milhões de coisas boas que acontecem não aparecem em lugar nenhum", disse.
Brasil não é ONG para se relacionar com dissidentes, diz assessor de Lula:
As declarações foram feitas durante uma coletiva em São Paulo, como uma resposta a questionamentos sobre os motivos que levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a não abordar publicamente a questão dos direitos humanos durante sua visita a Cuba, no último dia 24 de fevereiro.

"Nós nos relacionamos com o governo de Cuba, com o governo da Colômbia... não nos relacionamos com dissidentes nem em Cuba nem em outros lugares", disse [o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia].
Lula critica editoriais publicados pelos jornais:
Segundo o presidente, os editoriais publicados hoje pelos meios de comunicação praticamente repetem os de 1953, quando teve início a campanha "O petróleo é nosso". "Não há diferença. Diziam que o Brasil não deveria fazer a campanha, porque aqui não havia petróleo". Para Lula, os meios de comunicação traduzem "a pequenez do pensamento daqueles que acham que o Brasil só tem cidadãos de segunda classe".
Talvez ele se refira aos seguintes editoriais, que ele não leu e não gostou:

O antipetista (editorial de O Globo):
O escândalo do mensalão, em 2005, trincaria de forma irremediável aquela imagem, até porque não se tratou só de captação de dinheiro “não declarado” — não bastasse isto também ser crime —, mas de desvio de recursos públicos para gastos políticos privados, por meio da lavanderia financeira de Marcos Valério.
Passou do limite (editorial da Folha):
Vejamos mais de perto a escalada de impropriedades: Lula endossa uma ditadura que reprime a divergência de opinião. Prega "respeito" pela legislação cubana, que autoriza a prisão de pessoas cujo crime é dar sinais de "conduta manifestamente em contradição com as normas da moralidade socialista".

A seguir, avança outra casa ao qualificar os direitos humanos de "pretexto" dos presos políticos que fazem greve de fome. Pretexto? Em 2003, o governo cubano fuzilou três dissidentes que tentaram fugir do país.

Outros 75 opositores foram presos, entre os quais Orlando Zapata. Condenado inicialmente a três, ele teve sua pena ampliada para mais de 25 anos de prisão. Morreu após uma greve de fome, no dia em que Lula chegou à ilha, semanas atrás, para visitar Fidel Castro pela quarta vez.
O partido da bandidagem (editorial do Estadão):
A apropriação para fins pessoais e políticos dos recursos dos cooperados, fundos de pensão e empréstimos captados pelo sindicato dos bancários transformou 400 famílias em vítimas do conto da casa própria: os imóveis que compraram na planta não foram construídos, mas os lesados continuaram a pagar as respectivas prestações. Segundo a revista Veja, que teve acesso aos autos do inquérito, a Bancoop sacou em dinheiro vivo de suas contas pelo menos R$ 31 milhões. Outros cheques, somando R$ 10 milhões, favoreceram uma empreiteira formada por diretores da entidade, que, por sinal, era sua única cliente conhecida. O responsável pelas obras da cooperativa disse que os pagamentos eram superfaturados em 20%. "
(...)
A Polícia Federal chegou a abrir inquérito sobre o prejuízo imposto aos fundos para favorecer a Bancoop. A rigor, nenhuma surpresa, considerando a folha corrida do PT. Mas, a cada escândalo, mais se aprende sobre a destreza com que a bandidagem petista se apossa do dinheiro alheio para chegar lá, e ali se manter.
Lula ainda não leu carta de dissidentes cubanos:
O porta-voz do Planalto, Marcelo Baumbach, informou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não leu a carta dos dissidentes cubanos com pedido de ajuda para revisão de penas. A carta foi entregue pelo deputado oposicionista Raul Jungmann (PPS-PE). Questionado sobre a possível resposta de Lula ao pedido dos dissidentes, Marcelo Baumbach ressaltou que a tendência é o presidente manter a posição de não se intrometer nos assuntos internos de outro país.
Com exceção a Honduras (caso Zelaya), Itália (caso Battisti), Colômbia (as FARC), Israel (Lula vai discutir os assentamentos agora), e um longo etcetera.

Lula, dizendo que prefere imprensa amestrada e mal-paga:
“Eu lembro quanta curiosidade desperta o ministro Franklin Martins quando resolveu diminuí o gasto com publicidade nas TVs, pagando-os apenas a mídia técnica. Ou seja, você vai ganhar pelo que você vale e não pelo que você pensa que vale [ver atualização]. As pessoas não acreditam e as pessoas não acham normal. Aliás, neste país, eles não estavam acostumado a ter um presidente da República que não precisa almoçar com eles e jantar com eles e tomar café com eles para governar este país”.
Lula inaugura parcialmente obra condenada pelo TCU no Paraná:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se antecipou ontem às críticas da oposição e tratou de justificar sua presença na inauguração de uma obra não totalmente concluída na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, e também questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), sob suspeita de superfaturamento. Acompanhado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, Lula destacou que investigações não devem afetar a criação de empregos.
Lula ataca privatizações do governo FHC:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedicou grande parte de seu discurso de hoje, durante cerimônia de inauguração da Usina Termelétrica Euzébio Rocha, na Baixada Santista (SP), ao combate as privatizações feitas durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Lula disse que o Brasil passou por uma crise "sem precedentes" entre 1980 e 2003 e que esteve por mais de 20 anos subordinado à tutela do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a uma política de ajuste fiscal muito forte.
Lula coloca agenda a serviço da campanha de Dilma:
Na reta final antes da despedida da ministra da casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai dedicar boa parte do seu tempo a ajudar na campanha da sua candidata à sucessão no Planalto. Dos cinco dias úteis desta semana, Lula estará três deles com Dilma a tiracolo pelo País e nos outros dois se dedicará às discussões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. Lula quer lançar a segunda etapa do PAC no dia 29, cinco dias antes da data-limite para a saída de Dilma do cargo.
Lula diz que imprensa foi 'subserviente' em relação a Hillary:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou nesta segunda-feira, 8, a imprensa brasileira de "subserviência" por sua postura em relação à recente visita ao País da secretária de Estado dos EUA, Hilary Clinton. Segundo Lula, repórteres brasileiros lhe perguntaram se conversaria diretamente sobre alguns assuntos com a visitante, o que ele repudiou por "uma questão de hierarquia".(...) Vou recebê-la numa deferência ao Celso Amorim, que me pediu para recebê-la. A conversa é de ministro a ministro. Quando for o Obama (presidente dos Estados Unidos, Barack Obama) eu converso com ele.'"
Lula diz que Portal Brasil é o "Google brasileiro":
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje em seu programa semanal de rádio 'Café com o Presidente' que o Portal Brasil representa o começo de uma nova etapa da comunicação entre o Estado e a sociedade brasileira. Lula afirmou que apenas 30% do conteúdo esperado está disponível no site, mas que o objetivo é chegar a 100%. A página vai agregar informações e serviços prestados pelos órgãos federais e ministérios.
[1] update 14 de março, 3:00GMT: faltou combinar com os russos. Ao ser supostamente indagado sobre o seu magnífico salário, Nassif responde assim:

Seus textos são confusos o suficiente prá serem considerados ilegíveis, e nessa resposta ele dá a entender que ao firmar o contrato a EBC não possuia estrutura (e agora que ela tem, há desconto?), e que possui prêmios assim como Mirian Leitão e Joelmir Betting. O salário deles eu não sei, mas a Tereza Cruvinel não parece ter a mesma projeção de Nassif. E outro motivo para o salário maior é justamente a falta de publicidade. Ou seja: o Lula diz que como não há publicidade os jornalistas receberão menos. O Nassif diz que como não há participação nos patrocínios, ele deve cobrar mais do que cobrava da Padre Anchieta.

Interessante também observar as perguntas relativas a conflito de interesse, que o Nassif diz ser sua "estratégia comercial".

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