domingo, 24 de agosto de 2008

Pagando duas vezes pelo mesmo serviço

Trechos de rtigo do jornalista Ruy Fabiano no blog do Ricardo Noblat, comentando o Pró-Uni e o discurso de Lulla:
De fato, não há nada menos revolucionário que o tal programa. Se o ensino superior privado é, no geral, ruim, o que o governo faz, com o Pro-Uni, é garantir repasses milionários a esses maus empresários do ensino. O aluno pobre terá ensino pobre e de má qualidade e terá menos chances que seus colegas de universidades públicas, quando tiver que enfrentar o mercado de trabalho.

Em compensação, as universidades privadas ruins estarão cada vez mais ricas. É fácil ser capitalista assim.

...

O ensino básico público é ruim, o que remete sua vítima ao ensino superior privado, generoso em seus vestibulares, pois tem compromisso com a quantidade e não com a qualidade.

Os altos índices de reprovação no Exame de Ordem da OAB – que em alguns casos ultrapassam os 80% -, quando decantados, evidenciam esse desnível entre ensino superior público e privado. As faculdades de direito do Estado aprovam quase cem por cento dos seus bacharéis, enquanto com as particulares dá-se o exato oposto.

O saneamento da educação no Brasil começa pela reestruturação do ensino público básico, o que envolve uma série de ações, que começam pelo aprimoramento da mão-de-obra docente e melhoria das condições de trabalho. Isso, sim, será revolucionário.


A idéia do Pró-Uni, ao que eu saiba, é a genial idéia de Milton Friedman de vouchers (carnês?) educacionais, porém mal-adaptada à tropicália malemolente. O problema, como indicado no título, é que não faz sentido investimentos vultosos em universidades públicas com um controle rígido (até segunda ordem) acompanhados de investimentos em universidades privadas sem os mecanismos de controle adequados.
Que tal associar esses vouchers ao desempenho do curso, além da solução mais-que-óbvia de direcionar esses gastos para a educação básica? Com uma base educacional sólida, o problema dos cursos superiores se resolve "com as próprias pernas", como diria Gournay.

Hat tip ao Angelo Fasolo pela dica.


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