sábado, 28 de junho de 2008

O que vem depois do colapso do sistema capitalista

Trechos de artigo de Denis Rosenfield no Estadão:
Um conceito particularmente apropriado para explicar as transformações do campo brasileiro é o de "destruição criadora", elaborado por Joseph Schumpeter em seu livro Capitalismo, Socialismo e Democracia. O conceito de "destruição criadora" permite pensar os processos de destruição do capitalismo, próprios de seu movimento, que são criadores de novas etapas, que o colocam num patamar mais avançado. Por exemplo, a indústria de máquinas de escrever foi totalmente destruída, com falência de empresas, lojas, acarretando consigo o desemprego correspondente. Ora, essa destruição, num setor da economia, foi devida a novas invenções, particularmente o computador e todo o mundo eletrônico, mediante novas empresas, mais renda e mais emprego, mudando a própria face do capitalismo contemporâneo. Invenções tecnológicas são destruidoras e criadoras ao mesmo tempo, permitindo uma completa remodelação das relações socioeconômicas. O resultado, do ponto de vista social, é o desemprego nos setores destruídos e outras formas de emprego e renda nos setores criados.

...

Completamente livre em seus movimentos sob o governo Lula, o MST deu pleno curso a suas ações, voltando-se mais diretamente contra as empresas capitalistas, de preferência as mais modernas, abandonando progressivamente a bandeira do "latifúndio improdutivo". Essa organização política passou a assumir cada vez mais clara e publicamente, e não apenas intramuros, para seus militantes, o seu caráter visceralmente anticapitalista e pró-socialista/autoritário. Suas bandeiras são, agora, as lutas contra o lucro, o agronegócio, as exportações, o modelo econômico, o "neoliberalismo". Tudo o que cheira a modernidade e inovação é liminarmente recusado. O seu instrumento ideológico de ação é a relativização da propriedade privada, produzindo a insegurança jurídica e violando sistematicamente o Estado de Direito.

Mas obviamente o pessoal do MST ainda não rasga dinheiro, como lembra-nos o Peter Schweizer (tradução de Nemerson Lavoura, do blog Resistência):
Tanto a World Values Survey quanto a General Social Survey revelam que os esquerdistas são mais inclinados a escolher “alta renda” como um fator importante na escolha de um emprego, mais inclinados a dizer “depois da boa saúde, dinheiro é o mais importante”, e mais inclinados a concordar com a afirmação “não há maneira certa ou errada de ganhar dinheiro”.

Você não precisa explicar isso para Doug Urbanski, o ex-gerente de negócios do agitador esquerdista e documentarista Michael Moore. “Ele [Moore] é mais obcecado por dinheiro do que qualquer um que eu já tenha conhecido – e olha que eu já conheci cada um...”, garante Urbanski.

Como é possível que aqueles que aparentemente renunciam à cultura do dinheiro sejam mais interessados em dinheiro?

Ou seja, ou o pessoal do MST tem sérios problemas de dissonância cognitiva, ou ainda não se deram conta de que o seu discurso não é nada mais do que inveja (neo-ludismo). Ou ainda, que eles saibam muito bem que o seu discurso e método são meios para um fim abominável. Mas não se pode esperar produtividade de quem não acredita que riqueza é produzida, e não pilhada.

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