domingo, 20 de abril de 2008

Culpa dos banqueiros

Trechos de artigo de Rodrigo Constantino:
O caso do BNDES é interessante de ser analisado. O banco foi razoavelmente blindado, durante algum tempo, contra o populismo típico do governo. (...) Não escapou, naturalmente, ao vício do burocratismo e complacência com a irrupção do nacional-estatismo”. Na década de 80, por exemplo, o banco abraçou a estupidez ideológica das “reservas de mercado”, passando a adotar posturas “nacionalisteiras”, aderindo à política de informática que lançou o país no atraso tecnológico. A inclusão da letra S na sigla, acrescentando a palavra mágica “social” à missão do banco, evidencia essa guinada populista.
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No fundo, quando é o governo que controla o carimbo dos polpudos empréstimos, há um incentivo perverso para a captura dos que tomam as decisões pelos grandes empresários “amigos do rei”. E de fato, analisando os dados do BNDES, vemos que 75% dos desembolsos têm como destino as grandes empresas. Por outro lado, as empresas ficam reféns do governo, e limitam muito as pressões diretas por reformas necessárias.
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Os três principais bancos estatais – Banco do Brasil, BNDES e CEF, possuem juntos ativos superiores a R$ 800 bilhões. Os três maiores bancos privados – Bradesco, Itaú e Unibanco, não chegam a este valor em ativos. Em outras palavras, o setor público domina o setor financeiro. Quando esquerdistas direcionam seu ódio aos bodes expiatórios preferidos – os banqueiros, eles precisam lembrar que o maior banqueiro do país é o próprio governo. Não é factível defender um governo gestor de tantas empresas e até mesmo bancos.

O artigo (como todos os que posto) merece ser lido na íntegra: ele comenta o perigo da relação incestuosa entre política e economia, o papel de Roberto Campos na criação do BNDES - e sua frustração ao ver o papel prejudicial que o banco viria a ter - e como os keynesianos (desenvolvimentistas) de hoje envergonhariam seu mestre.

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