terça-feira, 27 de novembro de 2007

Como não aceitar as lorotas do governo?

por Marco Antonio Rocha, no Estadão, e extraído do site do Diego Casagrande:
A máxima à qual os amantes da liberdade, da democracia e dos direitos humanos deveriam aderir radicalmente é a seguinte: os governos são um mal necessário. Precisam ser tolerados, por necessários. Não se pode viver sem eles. Mas, por serem de natureza malévola - como a dos escorpiões -, têm de ser restringidos, fiscalizados, policiados ao máximo. E sempre vigiados com a maior suspeição.
O equívoco-máter a respeito da natureza dos governos foi inoculado no espírito dos cidadãos - paradoxalmente - pelo próprio regime democrático, ao estabelecer que "todo poder emana do povo", como dizem quase todas as constituições democráticas, inclusive a brasileira. Desse princípio decorre o corolário de que o poder que emana do povo é exercido em nome do povo, para o povo e em seu benefício. Bonito, mas um ledo engano.
O poder, nas democracias, não é exercido pelo povo. É exercido pelo grupo político que está no governo. E não para o povo. Mas para a permanência desse grupo no poder - e contra toda e qualquer tentativa de outros grupos políticos de assumirem o exercício do poder. O governo, mesmo democrático, é, acima e antes de tudo, um instrumento de poder. De poder político do grupo social que o comanda. Nada mais que isso. E não um instrumento de desenvolvimento econômico, de construção da Nação, de melhoria da vida do povo. Isso tudo é secundário.


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