sábado, 1 de agosto de 2009

Censura ao Estadão: o pequeno Hugo Chávez dentro de nós

Primeira página do Estadão online de hoje:


Obviamente há aproveitadores felizes com o fato de ser um desafeto o jornal a ser atacado... leio alhures que o Estadão não pode reclamar visto que tem se posicionado contra a indústria do grampo. Creio que quem faz esse tipo de comentário não se satisfaz com a lógica, mas ainda assim: quem faz o vazamento ilegal não é a imprensa, ela apenas o noticia (após verificar sua veracidade, se for responsável). Ou um jornal que se posicione contra a corrupção não deve noticiá-la?
Mas o Estadão aproveitou os limões para uma limonada:
Ex-consultor jurídico do Senado, o desembargador Dácio Vieira, que concedeu a liminar a favor de Fernando Sarney , é do convívio social da família Sarney e do ex-diretor-geral Agaciel Maia. Foi um dos convidados presentes ao luxuoso casamento de Mayanna Maia, filha de Agaciel, em 10 de junho, em Brasília. Na mesma data, o Estado revelou a existência de atos secretos na Casa.

(...)

Em 12 de fevereiro, Sarney já havia comparecido à posse de Dácio Vieira na presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal. Antes de se tornar magistrado, Dácio Vieira fez carreira no Senado.

(...)

O currículo diz que, por designação especial, ele esteve à disposição da presidência da Casa, com atuação na consultoria-geral. Sua atuação: "Encaminho de informações e razões de defesa em ações judiciais de interesse da instituição, havendo registro, à época, deste proceder, por parte da presidência da Casa, senador Mauro Benevides (Biênio de 1990/1991)."

Natural da cidade mineira de Araguari, ele tomou posse como desembargador do TJ-DF em maio de 1994. Entrou em vaga do quinto constitucional, como representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Integrou duas vezes a lista tríplice de candidatos a vaga de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Realmente Hugo Chávez serve de inspiração a muita gente... notícia de quinta-feira, 30 de Julho:
A promotora geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, propôs nesta quinta-feira, 30, penalizar as pessoas e os donos dos meios de comunicação que divulguem informações que atentem contra a ordem pública e "saúde mental" dos venezuelanos. A medida, apresentada à Assembleia Nacional, é parte de um projeto de lei contra "delitos midiáticos", e prevê quatro anos de prisão para quem cometê-los.

(...)

A promotora pediu que "sejam castigadas" as pessoas e donos dos meios de comunicação que "manipulem, tergiversem a notícia com o propósito de transmitir uma falsa percepção dos fatos, ou criar uma matriz de opiniões na sociedade para alterar a paz social, a segurança da nação, a ordem pública, a saúde mental ou a moral pública."
Resultado imediato? Censura prévia, controle econômico da liberdade privada:
Cessaram neste sábado as transmissões de pelo menos três emissoras de rádio da Venezuela depois que o órgão que regulamenta as telecomunicações no país anunciou, na véspera, medidas contra 34 concessões de rádio e televisão.

O governo venezuelano lançou uma ofensiva para regularizar os meios de comunicação privados com o objetivo de "democratizar o espaço radioelétrico", mas a oposição afirma que se trata de uma iniciativa para reprimir a liberdade de expressão e sufocar a dissidência.
Ou seja, um Estado sem liberdade econômica (mesmo que "democrático", numa leitura newspeak) tem poder discricionário sobre as liberdades individuais:
O vice-presidente da Globovisión, Carlos Zuloaga, assegurou nesta quinta-feira, 30, que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, já tomou a decisão de fechar esse canal de televisão, mas que antes tenta minimizar o custo político. "Chávez já tomou a decisão de fechar a Globovisión. Está apenas buscando a maneira de diminuir o custo político", afirmou em uma conferência organizada pelo Instituto Cato, onde substituiu seu pai e presidente da emissora, Guillermo Zuloaga.

A Globovisión, ameaçada de fechamento pelo governo venezuelano acusada de promover um "terrorismo midiático", enfrenta multas estatais de US$ 4,2 milhões e cinco expedientes administrativos, dois dos quais poderiam acarretar a retirada da permissão para transmissão em aberto.





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