quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Se o PAC funciona, por que crise?

Trecho de comentário de Carlos Alberto Sardenberg:
Tome o caso do metrô de São Paulo, um empreendimento do governo paulista, com dinheiro do governo do estado, da prefeitura de São Paulo, de empreiteiras privadas e mais financiamentos locais e externos, com uma pequena parte de recursos federais.

Não estava no PAC, agora foi incluída. O que muda? Nada. A obra continua do mesmíssimo jeito, sujeita às mesmas condições, controlada pelo governo paulista, e dependendo das condições gerais da economia. A única diferença é que passa a chamar-se obra do PAC.

Idem para os projetos da Petrobrás no pré-sal. A estatal já havia anunciado seus planos de investimentos – aliás exagerados – e já estava em campo para levantar os financiamentos necessários, sobretudo no mercado internacional.

Não estava no PAC. A partir de hoje está. O que muda? Nada, apenas a propaganda. A ministra Dilma agora pode dizer que o PAC prevê investimentos de muitos mais bilhões.
Atualização (5 de Fev, 11:00 AM em Brasília). No post seguinte o Sardenberg faz uma correção:
Sobre o post abaixo, o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, José Luiz Potella, informa que o metrô paulista não tem dinheiro do governo federal. É de inteira responsabilidade do governo paulista, estando ou não no PAC.

Aliás, o governo de SP não sabia que o metrô seria incluído no PAC. E gostaria que isso trouxesse algum dinheiro novo, mas até agora não trouxe nem promessa.


Atualização (6 de Fev, 11:10 AM em Brasília). Sardenberg comenta a justificativa do governo para incluir os gastos do governo paulista no PAC:

R$ 1,6 bilhão correspondem a um empréstimo do BNDES. Como o BNDES é federal, tal é o argumento do governo Lula, pode-se dizer que se trata de dinheiro de Brasília e, pois, o Metrô pode ser incuído no PAC.

(...)

Mas, olhando bem os dados: o empréstimo do BNDES é mais que antigo. É do início dos anos 90 e vem sendo utilizado pelo governo paulista desde então. Incluir isso na PAC como dinheiro novo é, no mínimo, forçar a barra.

Além disso, se todos os empréstimos da carteira do BNDES devem ser colocados como “dinheiro do Brasília”, então Lula e a Ministra Dilma estão bobeando: o PAC pode ir a trilhões de reais, fica maior que o plano do Obama.

Há ainda outros R$300 milhões de "repasse federal" que são na verdade uma devolução ao governo estadual.

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